Menopausa: 7 alterações clínicas mais comuns e como tratar

A menopausa é a última menstruação da vida de uma mulher. E ela acontece devido à falência fisiológica da função ovariana que passa a não produzir mais os hormônios sexuais estrogênio e progesterona. O período que antecede a menopausa é chamado climatério, e este pode se iniciar até 3 anos antes da última menstruação e caracteriza-se pela manifestação de sintomas como irregularidade menstrual e ondas de calor (fogachos).

As mulheres brasileiras entram na menopausa por volta dos 49 anos, mas isso pode variar conforme alguns hábitos de vida, como o tabagismo, que antecipa em cerca de um ano esse evento, e também a história familiar de cada uma.

Uma vez instalada a menopausa, os sintomas podem persistir por vários anos, dependendo de cada mulher.

Quais são os sintomas e sinais?

1. Irregularidade menstrual:

Os ciclos menstruais podem começar a ficar irregulares até 3 anos antes da menopausa. Podem ficar mais curtos ou mais longos tendendo à ausência de menstruação. O padrão do fluxo também pode variar e é muito comum ocorrer aumento de fluxo menstrual.

2. Fogachos (ondas de calor):

Os fogachos são os sintomas mais comuns da menopausa. Eles são ondas de calor que se manifestam no tronco, pescoço e cabeça, são rápidos e podem promover sudorese e mal estar, dependente da intensidade. Quando ocorrem a noite, podem provocar despertar do sono.

3. Labilidade emocional e humor deprimido:

Ainda não se sabe porque as mulheres na menopausa apresentam instabilidade de humor, mas acredita-se que a oscilação hormonal deste período possa estar relacionada com sintomas depressivos.

4. Insônia:

A dificuldade de dormir pode estar relacionada às ondas de calor e sudorese noturna que despertam muitas mulheres e dificultam o retorno ao sono profundo.

5. Ressecamento vaginal:

Esse sintoma ocorre a médio prazo e está relacionado à atrofia da mucosa da vagina que não recebe mais estímulo de estrogênio. Assim, a vagina se torna sensível e até dolorida na relação sexual. Isso pode facilitar infecções vaginais e também infecções urinárias. Também pode favorecer as incontinências urinárias.

6. Alterações de memória:

Quase metade das pacientes na menopausa relatam perda de memória, falta de concentração. Isso também se deve à diminuição dos estrogênios circulantes. O quadro pode se agravar quando se associam sintomas como calorões, depressão e ansiedade.

6. Osteoporose:

A perda da massa óssea é acelerada no período da pós menopausa devido à ausência de estrogênio, o que leva a uma menor formação óssea.

7. Doença cardiovascular:

As mulheres, quando entram na menopausa, aumentam o seu risco cardiovascular devido à diminuição da produção de estrogênio, que é um fator protetor dos vasos sanguíneos. Além disso, há uma tendência de se aumentar o colesterol total e diminuir o colesterol bom (HDL). Assim, a mulher na menopausa tem maior risco de desenvolver hipertensão, infartos e acidentes vasculares cerebrais.

Como se diagnostica a menopausa?

O diagnóstico da menopausa é clínico, ou seja, baseia-se nos sintomas e sinais que as pacientes apresentam. Em alguns casos, faz-se necessário realizar alguns exames laboratoriais para confirmá-la.

Como tratar os sintomas da menopausa?

A principal motivação das mulheres para tratamento da menopausa deve-se aos fogachos. A terapia hormonal (TH) pode trazer melhora clínica satisfatória para a maiorias das mulheres.

As principais indicações de TH são:

  • Calorões
  • Alterações do sono
  • Sintomas de atrofia genital (ressecamento vaginal, incontinência urinária)
  • Prevenção de osteoporose em mulheres de alto risco de fraturas

Podem apresentar benefícios, mas não são consideradas indicações, a prevenção de doença cardiovascular e a prevenção de Alzheimer.

Quais as formas de terapia hormonal?

No Brasil temos, como formas testadas e aprovadas, a via oral (comprimidos), gel, adesivo, creme vaginal e óvulo vaginal. O produto ideal e a concentração dos medicamentos dependerão da intensidade de sintomas, doenças coexistentes e contraindicações de algumas vias, que sempre são avaliadas pelo médico assistente.

Quanto mais precoce se iniciar a reposição hormonal, melhor. O tempo de tratamento é variável e não há uma idade definida para suspender o uso da terapia hormonal.

Para pacientes com contraindicação à TH, em alguns casos é possível melhorar os sintomas de fogachos com outras classes medicamentosas, como antidepressivos. Para aquela que têm sintomas vaginais e urinários exclusivamente, há possibilidade de substâncias tópicas como hidratantes vaginais e terapias com energias como radiofrequência fracionada e laser.

Contraindicações da TH:

  • Câncer de mama ou lesões precursoras
  • Câncer de endométrio e sangramento vaginal inexplicado
  • Doença hepática descompensada
  • Doença coronariana e cerebrovascular
  • Doença tromboembólica venosa
  • Lúpus eritematoso sistêmico com alto risco trombótico
  • Porfiria
  • Meningeoma

Há prevenção para sintomas climatéricos?

Não há como se prever como serão os sintomas climatéricos de cada mulher, mas se sabe que uma alimentação saudável, prática de exercícios físicos, manutenção de peso normal, acupuntura, meditação, podem contribuir para uma transição mais confortável desta fase da vida.

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Leia também:

  • http://sobrac.org.br/consenso_brasileiro_de_th_da_menopausa_2018.html

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